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Empresário condenado a 17 anos por esquema de criptomoedas com PCC

A Justiça Federal condenou Dante Felipini, conhecido como “criptoboy”, a uma pena de 17 anos, 5 meses e 10 dias de prisão em regime fechado. Ele foi punido por crimes como evasão de divisas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, tudo isso em um esquema que envolvia o uso de criptomoedas. Por outro lado, ele foi absolvido das acusações de financiamento ao terrorismo e falsidade ideológica.

Esse caso é o primeiro resultado da Operação Colossus, que começou a investigar, em 2022, um esquema que movimentou impressionantes R$ 61 bilhões em criptomoedas. O juiz Diego Paes Moreira, da 6.ª Vara Federal de São Paulo, concluiu que as conversas entre Dante e seus parceiros mostravam a lavagem de dinheiro, mas não evidenciavam seu envolvimento em financiar atos terroristas.

Na sentença, o juiz destacou que a acusação de financiamento ao terrorismo não se sustentou. Segundo ele, a defesa alegou que Felipini não tinha a intenção de apoiar ações terroristas e que era apenas um operador de criptomoedas em um mundo pouco regulamentado.

É interessante notar que Felipini ainda enfrenta uma nova investigação. A Polícia Federal acredita que ele tinha vínculos com Mohamad Khir Abdulmajid, um comerciante sírio naturalizado brasileiro, e Hussein Abdallah Kourani, um médico libanês. Ambos são alvo do Ministério Público relacionado ao financiamento do Hezbollah durante a 2ª fase da Operação Trapiche.

Apesar das mensagens e dados extraídos do celular de Felipini mostrarem a existência de carteiras ligadas ao Hezbollah, o juiz decidiu que isso não era suficiente para comprovar sua participação ativa no financiamento do terrorismo. Na visão dele, as conversas não demonstraram que Felipini e seus contatos sabiam do envolvimento dessas contas de criptomoedas com atividades terroristas.

Felipini foi localizado e preso no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ao tentar embarcar para Dubai, após dois anos como foragido. Essa reviravolta no caso levanta questões sobre a complexidade do uso de criptomoedas e como a falta de regulamentação pode trazer consequências sérias.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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